ALFABETIZAÇÃO NA SALA DE AULA: ENTRE DISCIPLINA E INVENÇÃO

Mariana Bortolazzo
Orientadora: Norma Sandra de Almeida Ferreira
Tese de Doutorado
Ingresso: 2014

Resumo: Partindo de considerações sobre as constantes mudanças nas orientações oficiais dos programas de formação de professores e dos materiais didáticos no/do campo da alfabetização destinados à escola, percebemos que pouco conhecemos sobre os modos como esses e outros elementos são concebidos e (re)interpretados no cotidiano escolar. Tem-se, como objetivo principal, investigar quais sentidos são produzidos e mobilizados pelas práticas docentes na tensão entre aquilo que aos professores é destinado e o que realizam em sala de aula em sua capacidade inventiva – considerando o par disciplina e invenção, segundo Chartier (2003). Constituem as fontes de análise: registros de observações longitudinais de duas salas de alfabetização e entrevistas semi-estruturadas com os dois professores alfabetizadores. As análises são conduzidas a partir do cotejamento entre os dados construídos e o referencial teórico-metodológico, à luz, principalmente, de teóricos da história cultural como Chartier (2003; 1990), Certeau (2012, 2011), Hébrard (2000), bem como Bakhtin (2010), Ginzburg (2001), Bourdieu (1982), entre outros. Espera-se, por meio deste estudo, ser possível conduzir algumas discussões orientadas pelas questões: Que práticas alfabetizadoras podem ser observadas hoje? Como elas se constituem? Que sentidos são dados a elas pelos professores? Que gestos, valores, formas, conteúdos e representações parecem movimentar essas práticas? Por que essas e não outras?
Palavras-chave: alfabetização, práticas culturais, procedimentos pedagógicos, cotidiano escolar.