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GT-Currículo


    GRUPOS DE PESQUISA

    • Grupo de Pesquisa: Grupo de Estudos e Pesquisas em Currículo e Pós-modernidade (GEPCPós)


        Coordenação: Alfredo Veiga-Neto

        Criado em março de 2001, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Currículo e Pós-modernidade —GEPCPós— está sediado em Porto Alegre e reúne um grupo de pesquisadores e pesquisadoras ligados à Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) e à Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Sob a coordenação de Alfredo Veiga-Neto, o GEPCPós promove reuniões de estudo quinzenais, nas quais são apresentados e discutidos os projetos de pesquisa, propostos ou já em andamento, e que estão a cargo dos diversos componentes do Grupo. Uma parte dessas pesquisas está diretamente relacionada aos projetos de mestrado ou doutorado sob a orientação do coordenador do GEPCPós; mas isso não impede que outros trabalhos sejam trazidos e colocados em discussão pelo Grupo.

        Como o próprio nome indica, o GEPCPós tem por objetivo principal estudar e investigar as relações entre o Currículo -enquanto artefato escolar que guarda uma relação de imanência com a temporalidade e a espacialidade modernas - e as rápidas, amplas e profundas mudanças sociais e culturais que estão em curso na Contemporaneidade.

        Compreender o Currículo como um artefato indissociável da educação escolarizada moderna significa compreendê-lo em dois âmbitos. De um lado, num âmbito mais individualizante, significa compreender o currículo como um conjunto de dispositivos que colocam em funcionamento o poder disciplinar. Nesse sentido, o currículo foi crucial para que se constituísse, na Modernidade, um tipo especial de indivíduos (sujeitos autogovernados) para um tipo especial de sociedade (disciplinar). De outro lado, num âmbito mais (digamos) coletivo, significa compreender o currículo como um conjunto de estratégias que colocam em funcionamento o biopoder. Nesse sentido, o currículo também foi crucial, na medida em que, organizando de modo muito detalhado a vida escolar, funcionou (e ainda funciona...) como um facilitador ou canal aberto para as ações biopolíticas do Estado moderno.

        Assumindo que —para o bem ou para o mal, queiramos ou não... - vive-se hoje o esgotamento tanto das metanarrativas iluministas (no plano teórico) quanto das “formas de vida” modernas (no plano existencial), o Grupo procura situar-se numa matriz de inteligibilidade que combine aportes dos Estudos Foucaultianos com as vertentes teóricas pós-estruturalistas, no sentido de melhor descrever, comprender e problematizar os fenômenos educacionais nessa transição do moderno para o pós-moderno.

        Tal transição pode ser bem tematizada, por exemplo, quando se tomam, como foco de análise, o currículo naquilo que ele promove e nos subjetiva, em termos espaciais e temporais. Trata-se, assim, de examinar não apenas as novas configurações que o espaço e o tempo vêm assumindo -no sentido de como ambos são percebidos, significados e usados por nós-, mas de examinar também as relações entre as novas espacialidades e as novas temporalidades, no sentido da aceleração nas velocidades da vida cotidiana. Já conhecidas, porém pouco estudadas, essas novas configurações e novas relações são imanentes a uma ampla gama de fenômenos, situações e processos em que estamos inseridos; entre eles, citam-se o colapso espaço-temporal e a conseqüente presentificação, o capitalismo avançado, o neoliberalismo, a volatilidade e o (conseqüente) descarte, a fantasmagoria, o declínio dos Estados-nação, o avanço da lógica imperial, o desencaixe etc. O papel do Currículo nessas configurações e relações - ainda como artefato a serviço da biopolítica - são evidentes, principalmente quando se consideram os imperativos curriculares que hoje são acriticamente tomados como naturais e desejáveis, como é o caso, por exemplo, da flexibilização curricular, da transversalização temática e do apagamento ou transposição das fronteiras disciplinares.

        Todos os projetos de pesquisa ligados ao GEPCPós guardam uma maior ou menor aproximação ao campo dos Estudos Culturais. Desse modo, questões relativas às pedagogias culturais - aí incluído o entendimento de que (não sem algumas reservas...) se pode falar em currículos culturais - estão no horizonte das discussões travadas no Grupo.

        Listam-se, a seguir, os títulos de alguns projetos já concluídos ou em andamento no GEPCPós:

        • “Desconstruções edificantes: uma análise da ordenação do espaço como elemento do currículo”
        • “A ordem do discurso ambiental”
        • “Produzindo tempos, espaços, sujeitos: seriação escolar e governo dos corpos”
        • “Biopolítica e a formação de professores”
        • “Infâncias e maquinarias”
        • “Dispositivos de disciplinamento dos corpos infantis em shopping centers”
        • “Análise dos espaços e da interação como dispositivo educativo em museus”
        • “Alteridade, normalização e subjetivação na escola”
        • “A família na escola: uma aliança produtiva”
        • "Cuidar e curar para governar: as campanhas de saúde na escola”
        • “Livros de ocorrência: disciplina, normalização e subjetivação”
        • “A escola na mídia: nada fora de controle”
        • “O dispositivo PSF: disciplinarização, normalização, biopolítica e controle da população”
        • “Dispositivos escolares de disciplinamento e controle: estudo de caso num sistema prisional”

        Compõem o GEPCPós:
        Alfredo Veiga-Neto - coordenador - (alfredoveiganeto@uol.com.br)
        Carlos Ernesto Noguera Iolanda Montano dos Santos
        Karla Saraiva Karyne Dias Coutinho
        Maria Renata Alonso Mota Roberta Acorsi
        Roseli Inês Hickmann Viviane Klaus

        Homepage: http://www.ufrgs.br/faced/alfredo