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GT-Currículo


    GRUPOS DE PESQUISA

    • Grupo de Pesquisa: UNIRIO / Ensino e Aprendizagem Musical


        Coordenação:
        Regina Marcia Simão Santos (responsável) - reginamarcia@bighost.com.br

        Criado em 1997, o grupo de pesquisa institucional da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), na linha de estudos sobre Ensino e Aprendizagem Musical, tem integrado docentes, graduandos, mestrandos e doutorandos em Música. Instigado pela possibilidade de compreender as práticas curriculares para além das que se constituem a partir do modelo comeniano e “conservatorial”, tem transitado pelo terreno (etno)musicológico e pelo debate contemporâneo sobre pensamento pedagógico e curricular. Entende que o modelo “conservatorial” de ensino de música está em nós, nos atravessa e se mostra em nossas práticas cotidianas, na tensão entre práticas “alternativas” e práticas já consagradas.

        Partindo do princípio de que toda instituição social tem seu currículo e sua pedagogia, interessa ao grupo investigar espaços onde se dá algum processo de educação/formação musical, o que compreende tanto a prática da educação básica como a aula universitária, tanto a educação escolar como a que se dá em projetos comunitários e por iniciativa de instituições culturais. Busca compreender as possibilidades de pensamento e prática curriculares em música com e a partir de Deleuze. Interessa fazer gaguejar o discurso molar, fugindo dos modelos lineares, atomistas e fragmentados na organização do conhecimento, do império do “verdadeiro” e das essências, da redução ao currículo-grade e documento prescrito, da estrutura como pontos-posições, da fidelidade aos modelos decalcados a serem aplicados, da neutralização das multiplicidades.

        Ao considerar o funcionamento do currículo (como se dá o cotidiano curricular) e assim desfazer as fronteiras entre didática e currículo, situa-o nas múltiplas dimensões de suas práticas pedagógicas: processos de planejamento e avaliação, seleção e organização, objetivos, saberes de referência e distribuição espaço-temporal, relação com as culturas e com a constituição de processos identitários (sempre uma produção de subjetividade), estratégias de controle, autoridade e poder. Contra as idéias prontas, e sem nenhuma intenção de generalizar sobre uma teoria de ensino que se depreenda de Deleuze, sob a ótica deleuze-guattariana tem considerado os princípios do rizoma, o atual e o virtual, o liso e o estriado, acontecimento, escuta nômade, plano de imanência. Produzindo um pequeno deslizamento nessa trajetória, de “currículo-rizoma” e seus princípios chega à noção de “plano de composição estética”, tratando de um paradigma estético para o currículo e da aula como plano de composição.

        A pesquisa tem produzido ramificações em diversos territórios da educação musical. Ressoa na prática coral, no ensino fundamental, nos cursos livres e técnicos, na formação do professor especialista em Música e na do professor de Educação Infantil e das séries iniciais. Alguns dos cenários eleitos e estudos de casos são: Um Curso Básico de Música para Professores II da SME/RJ, a Orquestra Itiberê, a Escola Portátil de Música, o Dá no Coro, o projeto BigBanda, o projeto curricular do Curso de Música do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (cooperação interinstitucional), cenas das aulas de música no Colégio Pedro II, o coro no Santa Úrsula e no Espaço Cultural Senador Correa, Música no Curso de Pedagogia em Jaraguá do Sul (SC), “Aleluia”- experiência de escuta nômade, a aula de piano particular, o aprendizado do tamborim, cartografias na Educação Infantil.

        Dialoga com outros autores. Transita pelas noções de pedagogia plástica, sinuosa, do risco, promíscua, mestiça (do caos), da diferença e multiplicidade; de currículo intensivo, instável, dançante, plano de imanência, pós-currículo. Considera o debate sobre disciplinarização dos saberes, fortes/fracos enquadramentos, códigos de coleção, transversalidade, “pacotes pedagógicos”, mapas e rotas. Considera confluências com músicos-educadores como Koellreutter, Schafer, Swanwick, Paynter e Schoenberg.