UM ESCRITOR E ILUSTRADOR (ODILON MORAES), UMA EDITORA (COSAC NAIFY): CRIAÇÃO E FABRICAÇÃO DE LIVROS DE LITERATURA INFANTIL

Orientadora: Norma Sandra de Almeida Ferreira
Término da pesquisa: fevereiro 2013

Resumo: Este trabalho tem como propósito conhecer o processo de criação e produção de livros de literatura infantil, pela visão do autor e ilustrador Odilon Moraes. O corpus é constituído por três obras publicadas pela Editora Cosac Naify, escritas e ilustradas pelo referido autor: “A Princesinha Medrosa” (2ª edição, 2008), “Pedro e Lua” (2004) e “O Presente” (2010). A pesquisa se volta para as singularidades dos modos de criação e produção, a partir da análise das representações e concepções de criança, literatura e arte que concebem um determinado jogo circunscrito no polo da produção, por este autor e esta editora. Para tanto, levantamos as seguintes interrogações: no caso da literatura infantil, como as representações do leitor infantil são sugeridas no momento da criação das obras pelos autores? Como é o jogo, no polo da produção, quando pensamos neste autor e nesta editora? Como este jogo questiona (ou não) o jogo habitual ancorado em uma sociedade de mercado e de consumo? Para buscarmos respostas, tomamos como fontes documentais  entrevistas com o autor, com Isabel Lopes Coelho, editora do catálogo de literatura infanto-juvenil da Cosac Naify, e com Maria Carolina Sampaio de Araújo, designer. Nessa direção, o trabalho tem seu procedimento metodológico ancorado nas entrevistas realizadas, nas análises dos livros selecionados e em buscas realizadas em bancos de pesquisa sobre teses e dissertações a respeito do tema “literatura infantil”. Contribuições teóricas advindas da História Cultural (Chartier, 1990 e 2001) nos mostram que ao tomarmos os sujeitos envolvidos nesses processos como fontes e objetos de nossa investigação adentramos no campo das representações próprias de um tempo ou de um espaço. Ao pensarmos com a liberdade (sempre condicionada) de cada sujeito, Certeau (2007) nos oferece contribuições sobre os modos de pesquisar, bem como um aprofundamento nas discussões acerca das estratégias de quem detém o poder (a editora). Em Ginzburg (1989, 2006), teremos contribuições para o estudo de um caso particular (um autor, uma editora), que pode ser representativo de um determinado tempo histórico. Com Norbert Elias (2001), teremos contribuições trazidas pela Sociologia ao estudarmos não um autor e uma editora em particular, mas a função deste autor e desta editora não na ação de fabricar um livro, mas na constituição de uma rede ou um jogo no qual eles estão inscritos. Já Scott e Nikolajeva (2011), Hunt (2010) e Linden (2011) trazem contribuições ao panorama atual da literatura infantil. Arroyo (1988), Coelho (2010), Lajolo e Zilberman (2007) situam esta pesquisa no tempo e espaço, a partir de um panorama histórico.
Palavras-chave: Livro infantil. Literatura infanto-juvenil. Produção de livros texto. Crianças. Editores e editoras.