O presente texto se propõe a analisar os primeiros acordos de cooperação bilateral para o ensino industrial entre o Brasil e os Estados Unidos. O período destacado estende-se da vigência das Leis Orgânicas de Ensino – “anos 1940” – à aprovação da Lei 5692/71. Os acordos de cooperação técnica e financeira entre o Ministério da Educação e Cultura (MEC), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a United States Agency for International Developement (USAID) e organismos precedentes foram o principal objeto de análise. Destacou-se o papel exercido pela Comissão Brasileiro-Americana para o Ensino Industrial (CBAI) no período do nacional-desenvolvimentismo, privilegiando o estudo dos seus boletins, tomados como fontes primárias. Para os “anos 1960” considerou-se a Aliança para o Progresso e o advento da ditadura civil-militar do Movimento de 1964, continuadores das políticas de formação da mão de obra técnica- industrial em acordo com os interesses do capital nacional associado aos interesses internacionais. O Relatório Final da USAID, sobre os acordos bilaterais, constituiu-se em fonte primária essencial. Sob o ponto de vista do materialismo histórico e dialético, a análise documental revelou a atuação do Estado brasileiro no sentido de providenciar a formação de técnicos para o projeto desenvolvimentista e em benefício da acumulação do capital. Para além da formação profissional no modelo liberal, buscou-se uma formação moral, ideológica e cultural inspirada pelas agências externas e no modelo de sociedade norte- americano. O presente constitui-se como conclusão de dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da UNICAMP, contando com financiamento da Capes.