O presente trabalho se propõe a analisar as formas de materialização das políticas públicas em torno da Educação Integral do Estado de Rondônia. Percebe-se a urgência de aprofundarmos a análise do tema, na tentativa de apontarmos seus limites e possibilidades. Tal imperativo reside no fato de que a implementação da Educação Integral comporta uma série de lacunas em sua materialização em diferentes escolas do país, e mais especificamente no caso de Rondônia. Analisar estas questões é uma tentativa de compreender o caráter ideológico das políticas dualistas na história da educação brasileira, que se apresentam como de “interesse geral” e democráticas, mas que expressam os interesses hegemônicos do capital. Para tanto, foram entrevistados 44 gestores 42 coordenadores e 8 professores envolvidos com as atividades da educação integral no Estado de Rondônia, utilizando-se de um roteiro, para entrevista com três questões norteadoras. Diante do exposto, e tendo em vista os objetivos da pesquisa e os problemas colocados, o texto se ampara no campo da concepção do materialismo histórico dialético, com vistas a ter compreensão das contradições que atravessam a sociedade de classes, e evidentemente, a educação escolar. O referencial teórico se fez por meio de uma opção teórica alicerçada em autores como Marx (1977), Engles (1980), Marx; Engles (1980), Manacorda (1996) e Saviani (2008; 2013). Esse referencial serviu de suporte para elaboração do roteiro da entrevista e para a análise dos dados. Dessa forma, constata-se que a caracterização do modelo de Educação Integral implementado no Estado de Rondônia e suas formas de materialização colocam em evidência a necessidade do aprofundamento do debate público sobre o tema, pois explicita um problema para a política educacional contemporânea e uma aguda contradição.