O século XVI testemunhou a chegada da modernidade, e o espaço de experiência nutria-se das ciências, da expectativa de explicação do universo. Galileu Galilei propôs um divorcio com a filosofia, entendendo que esta não seria mais capaz de explicar um universo que era e não é mais, um universo que para o matemático seria inconcebível sem as medições e sem os ângulos. Descartes, valendo-se da investigação teórica do ser (isto é, ontologia), trilhou um caminho em busca da verdade, separando o sujeito do corpo, o espirito da alma. Chegado “um novo tempo” o pós-modernismo propôs a descontinuidade do pensamento moderno, e a desconstrução/construção de novos paradigmas. Convergindo para subjetividades do sujeito, quer-se corroborar para além das experiências do pensamento moderno, por um horizonte de expectativas, em um mundo que já foi e não é mais. Para tanto, esta pesquisa embasou-se em alguns teóricos tais como Zigmunt Bauman (1998, 1999, 2008), Boaventura de Souza Santos (2006, 2000), Kosseleck (2000), e Denise Najmanovich (2001), a fim de criar um aporte conceitual teórico apropriado para o presente trabalho. Este artigo é parte de uma pesquisa em andamento que versa sobre a crise dos paradigmas que se constituiu a partir das ciências clássicas, bem como gira em torno das apropriações neoliberais no campo da educação. Como objeto de pesquisa, utilizou-se do contexto educacional em um Estado neoliberal do atual contexto contemporâneo da educação brasileira. Criou-se, também, nessa pesquisa, um diálogo com um grupo de intelectuais da década de 1950 que teve como missão a inserção das massas no ideário de desenvolvimento nacional, com o intuito de emancipação política e social através da educação. Como resultado parcial, o presente texto pontuou que: “apesar das desconstruções dos paradigmas modernos, através dos teóricos pós-modernistas, outros paradigmas foram criados no campo da educação, não vislumbrando, assim, um projeto de educação para o futuro, oque vemos é um adiamento cada vez mais em voga no contexto da educação contemporânea brasileira”.