Sistema de Submissão de Trabalhos, X SEMINÁRIO NACIONAL DO HISTEDBR: “30 ANOS DO HISTEDBR (1986-2016): CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA DA ED

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O MÉTODO INTUITIVO NOS OS SÉCULO XIX E XX: DUAS BALIZAS PARA O TRABALHO DIDÁTICO
Enilda Fernandes

Última alteração: 2016-06-16

Resumo


Considerando que os métodos de ensino foram forjados a partir dos métodos da ciência moderna, e as circunstâncias históricas em que foram articulados, buscou-se, assentar as questões em face dos limites históricos que caracterizaram as propostas educacionais dos pensadores modernos. Apresentou-se a discussão tomando por referência a perspectiva histórica a partir do pensamento marxista, em recurso às fontes primárias e secundárias e, também, em artigos que permitiram a análise. Jules-Gabriel Compayré, historiador e pedagogo francês, embora não fosse crítico da tendência liberal, que está na base das propostas educacionais modernas, no manual Curso de Pedagogia: teoria e prática, dialoga com os clássicos da pedagogia, analisando a apropriação do método intuitivo como base fundante no trabalho didático. Objetiva-se, neste trabalho, mostrar as críticas estabelecidas por Compayré, aos educadores modernos que no âmbito das reformas educacionais, nos séculos XIX e XX, defendem de forma absoluta a utilização do Método Intuitivo e imprimem a este, o instrumento abalizador do ensino. Indica-se que em meio a controvérsias e ambiguidades, duas balizas para o trabalho didático, nortearam as discussões em torno do método intuitivo. De uma parte, os educadores modernos informam o desiderato de inovação, tendo por base, Primeiras Lições de Coisas: Manual de ensino elementar para ensinar pais e professores, escrito por Norman A. Calkins. De outra parte, comportam os embates constituídos por Compayré que, embora, sob o influxo dos pensadores iluministas, e sob um viés cientificista, fortemente influenciado por René Descartes, paradoxalmente, sinaliza criticamente, aspectos que impactariam o trabalho didático pela simplificação e objetivação que se circunscrevia pelo método intuitivo. Este método eivado de imprecisões ganhara posição e sentido, quando se buscava dar a educação um caráter científico. Compayré colocou em questão a existência de um método intuitivo. Porém, em suas críticas descaracteriza o método como instrumento de trabalho que se manifesta como parte de um empreendimento que já vinha sendo pensado como forma de racionalizar o trabalho didático. O educador francês é contraditório em suas análises na medida em que não toma em consideração que o método, naquele momento histórico, foi, no âmbito da organização do trabalho didático, um instrumento que, colocado como reação ao ensino escolástico, permitiria a ampliação do ensino, e, ligado a essa condição, a sua simplificação. A problemática que moveu suas reflexões dirigiu-se, exclusivamente, para questões dos métodos em si, e não como imposição historicamente dada pelos determinantes sociais. Por isso, em suas reflexões analisa os limites dos métodos no campo teórico e prático, estritamente no campo da Pedagogia, portanto, relacionado ao ensino a que se destina, preocupado tão somente com a Pedagogia como ciência. Todavia, ressalte-se, Compayré apontou problemas de base na instituição dos métodos de ensino, indicando a tendência de os pedagogos modernos estenderem ao método a tarefa que cabe ao professor; por conseguinte, indica a exigência do conhecimento como característica do trabalho do professor, e por excelência assegurar a leitura de livros.

 


Palavras-chave


Caráter cientifico na educação; método intuitivo; trabalho didático.

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