Última alteração: 2016-06-13
Resumo
Fruto da tese de doutoramento defendida pela Faculdade de Educação/Unicamp, este trabalho tem por foco as condições de atendimento educacional ofertadas pelo poder público estadual na cidade de Campinas. A observação comparada da gênese e do processo paulatino de implantação e organização dos grupos escolares erigidos na região central da cidade e daqueles que funcionavam nos bairros operários, nos permitiu vislumbrar, de um lado, a existência de verdadeiros palacetes, considerados marcos arquitetônicos de uma época, e, de outro, as condições precárias com que vinha sendo gestado o atendimento público educacional destinado aos densos aglomerados urbanos. Ao longo da pesquisa optamos por um recuo no tempo histórico para o reconhecimento pontual das condições materiais, da ordem econômica e política em que se organizava a cidade campineira mediada por um olhar atento sobre o debate que se estabelece sobre as relações entre educação, sociedade e trabalho no início da República. O exame acurado da política educacional paulista, instituída a partir de 1890, que, fundamentalmente, regulará as normas de implantação e difusão do ensino, subsidia a compreensão do modo de funcionamento e fiscalização da escola primária graduada e do mesmo modo lança luz sobre o processo de recuperarão dos acontecimentos que marcaram o desenvolvimento educacional da cidade. Desse modo fomos capazes de realizar uma síntese dos momentos considerados mais relevantes e especialmente determinantes na história de expansão da escola pública primária local, sabendo que a nova sociedade, que se estruturava no período de transição entre o século XIX e XX, reclamava por uma educação que pudesse atender a essa nova realidade, marcada pelas consequências da migração e imigração, pelos novos meios de transportes e serviços e, sobretudo, pelo franco processo de urbano-industrialização nascente. Nesse sentido a pesquisa se pauta na possibilidade de revelar a originalidade histórica do 8º Grupo Escolar de Campinas denominado – Grupo Escolar Don João Nery considerado aqui como objeto da mais pura expressão da história da periferização dos grupos escolares em Campinas durante a primeira República.