Sistema de Submissão de Trabalhos, X SEMINÁRIO NACIONAL DO HISTEDBR: “30 ANOS DO HISTEDBR (1986-2016): CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA DA ED

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O PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO (PNLD): AQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO COMO POLÍTICA DE ESTADO
Anderson Gabrelon

Última alteração: 2016-05-25

Resumo


O propósito deste texto é apresentar de que maneira o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) insere-se em políticas estatais. A ideia é contextualizar a origem desta política do livro didático que é decretada pelo Estado brasileiro e passa a ser implementada no ano de 1985, persistindo até os dias de hoje. Para tanto, temos como principal referencial teórico-metodológico o trabalho intitulado “O mercado do livro didático no Brasil: da criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) à entrada do capital internacional espanhol (1985-2007)” (CASSIANO, 2007); investigação que discute a gênese do PNLD e como este se inclui em políticas do Estado que atendem aos intentos do capital internacional, fato que é perceptível pela intervenção de agências internacionais financiando a distribuição dos manuais escolares no final do século XX e início do século XXI. O trabalho de Cassiano (2007) também serviu como fonte de pesquisa além de outros (KANASHIRO, 2008; MANTOVANI, 2009) que discutem o PNLD. O objetivo maior pensado com este texto é levantar os fundamentos das políticas do livro didático para simultaneamente seguir analisando como estas, através dos manuais de ensino produzidos e distribuídos sobre o controle do Estado, influenciam uma área do conhecimento e, para atingir este fim pretendemos seguir a nossa pesquisa em andamento e continuar examinando como os livros didáticos impactam a Geografia escolar. Para investigar as influências destas políticas na Geografia ensinada na escola, estamos analisando alguns exemplares de livros didáticos que hegemonicamente foram adquiridos pelo PNLD e que entre outros recursos pedagógicos influenciam o professor a preparar as aulas, contribuindo para a criação e a reprodução de um conjunto de conceitos, como as ideias de país e de quem são os indivíduos que se encontram inseridos em seus limites territoriais, entre outros, que contribuem para a construção de um sentimento de pertencimento, o desenvolvimento de uma identidade coletiva, a construção da identidade nacional, questões centrais do trabalho que estamos realizando sobre “O Brasil e os brasileiros do século XXI: o que declaram os livros didáticos de Geografia”. Por ora avançamos no sentido de perceber que não podemos desprezar o impacto que o livro didático provoca na educação escolar, porque apesar deste recurso pedagógico não ser o único elemento que media a interação entre professores-alunos, talvez ele seja a principal forma que as disciplinas escolares como a Geografia têm adotado para penetrar na escola e impactar a formação dos indivíduos; assim distante de concebê-lo como desprezível pretendemos seguir verificando com maior cuidado a repercussão destas inquietudes, sobretudo proporcionadas pelas políticas de Estado ligadas à internacionalização da produção e circulação de manuais escolares no século XXI que, inseridos em políticas educacionais impactam o mercado editorial e o currículo escolar. Adotamos para este fim o recorte da Geografia escolar registrada nos manuais escolares que foram aprovados e adquiridos pelo PNLD.


Palavras-chave


PNLD, políticas educacionais, Geografia escolar

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