Sistema de Submissão de Trabalhos, X SEMINÁRIO NACIONAL DO HISTEDBR: “30 ANOS DO HISTEDBR (1986-2016): CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA DA ED

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O SINDICALISMO DOCENTE UNIVERSITÁRIO DA ARGENTINA, BRASIL, COLÔMBIA E MÉXICO, E A CONTRARREFORMA UNIVERSITÁRIA NEOLIBERAL."
Luis Paiva, Carlos Bauer

Última alteração: 2016-05-30

Resumo


Apresentamos um estudo comparativo sobre os embates travados pelo sindicalismo docente universitário em quatro países da América Latina (Argentina, Brasil, Colômbia e México) durante a implementação das reformas universitárias neoliberais –contrarreforma universitária – ocorridas a partir da década de 1990. A temática é o sindicalismo docente universitário e os objetos de estudo são as entidades sindicais nacionais e, na ausência destas, como no México, entidades com projeção nacional. O estudo está centrado nas universidades públicas. O referencial teórico utilizado é o materialismo histórico tendo como elementos mais importantes de análise: precarização do trabalho docente, interesses de classe na orientação das políticas públicas, expansão do ensino superior na lógica neoliberal, autonomia universitária, sindicalismo como produtor e difusor de conhecimento. Não obstante a delimitação temporal definida, procedemos a incursões referentes ao surgimento desse sindicalismo – década de 1960 e 1970 – e à contextualização econômica e política que marcou a década de 1980 – com a crise da dívida externa – e que foi determinante para a assunção de governos alinhados com teses neoliberais nos anos 1990. A metodologia de trabalho fundamentou-se na análise de dados provenientes de três fontes: a revisão da produção bibliográfica sobre o tema e os objetos de estudo, em geral baseada em conflitos ou processos de âmbito nacional; utilização de materiais produzidos pelas próprias entidades sindicais (fontes primárias) e entidades parassindicais, bem como documentos oficiais – governamentais, organismos internacionais, universitários, institutos de estatística – e da grande imprensa; entrevistas realizadas com vinte e cinco (25) professores universitários nas viagens que realizamos para conhecer as entidades sindicais e algumas instituições universitárias em que elas atuam. As entrevistas formam a base primordial do trabalho e foram realizadas por meio de questionários semiestruturados, que apesar de contar com um direcionamento prévio, estava aberto para questões ou informações que surgissem no decorrer da entrevista. O objetivo da triangulação de fontes não foi conferir a “veracidade” dos relatos, mas ampliar a compreensão do entendimento dos objetos de estudo e sua inserção no contexto nacional e internacional, almejando ainda identificar elementos comuns e distintos ocorridos durante o período de implementação da contrarreforma universitária e a reflexão e percepção desses professores a esse respeito. A pesquisa indicou que apesar da expansão verificada no número de matrículas, cursos e disciplinas, esse é um processo bastante desigual entre estes países, ainda que haja também fatores comuns. Isso ocorre por conta da histórica e conjuntura particular de cada país. Assim, por exemplo, na Colômbia, a eliminação física de dirigentes sindicais é um recurso para a promoção das reformas neoliberais, com execução de professores universitários no corredor de instituições (Universidade de Antioquia, Medelín). Então, para cada país, há particularidades essenciais para a compreensão das formas que assumiu a contrarreforma universitária e que explicam ainda as estratégias, discursos e práticas da resistência assumidas pelo sindicalismo docente.


Palavras-chave


Educação superior na América Latina; Sindicalismo Docente Universitário; Reforma universitária.

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