Última alteração: 2016-07-07
Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar o debate sobre a instrução e civilização na Província da Parahyba do Norte nos anos de 1849 a 1889. Os dois primeiros regulamentos da instrução decretados após o Ato adicional à constituição de 1824 marcam o começo da narrativa. O final do estudo indica o ocaso da monarquia e a reconfiguração em outro regime político marcando a sociedade e o ensino. Os estudos no campo da história da educação no período imperial têm demonstrado que a ideia de instruir estava relacionada à necessidade de inserir a população em um projeto civilizatório. O percurso teórico-metodológico contemplou os estudos do sociólogo Nobert Elias para a conceituação do termo civilização. Para a análise, considerou-se que as elites da época reproduziram a ideia de civilizar como instrumento de controle e desenvolvimento da instrução de uma parcela da população pobre. Concluímos que, aos pobres, defenderam que a instrução os salvariam das trevas da ignorância. Pelas críticas percebeu-se que havia uma vontade das pessoas em compor a forma escolar. Os conflitos indicaram dois movimentos: de um lado o controle, de outro a necessidade de socialização para reconhecimento público e moral. Os discursos dos homens da época defenderam o acesso à instrução como garantia de libertação dos povos, reconfigurando uma moral pautada no desenvolvimento material como forma de progresso social.