Resumo: Cabe, inicialmente, dizer que os Territórios Federais do Amapá, do Rio Branco, do Guaporé, de Ponta Porã e do Iguassú foram criados no decorrer do governo de Getúlio Vargas (1930 – 1945), mais precisamente, em meio ao Estado Novo, pelo Decreto-lei nº 5.812, de 13 de setembro de 1943. O governo federal evidenciou que os referidos Territórios deveriam cumprir os objetivos de ocupar, sanear e educar, especialmente, nas regiões de fronteira. O objetivo do presente texto é tratar sobre o processo de expansão das instituições escolares na fronteira do Brasil com o Paraguai, principalmente, alusivo ao Curso Normal Regional (CNR), criado e implantado no período de existência do Território Federal de Ponta Porã (TFPP) (1943 a 1946). Sendo assim, brevemente, salienta-se sobre a concepção do Estado à época, ou seja, a formação do Estado burguês com características nacional-desenvolvimentistas. No que tange as instituições escolares é importante dizer que, sejam rural ou urbana, particular ou pública, elas expressam o contexto no qual estão inseridas, assim como proporcionam a compreensão de suas particularidades. As principais fontes são: leis, decretos, relatórios dos governadores das cidades que compunham o TFPP, principalmente, das capitais Ponta Porã (13/09/1943 a 31/05/1944; 18/06/1946 a 18/09/1946) e Maracaju (31/05/1944 a 18/06/1946). As instituições escolares criadas e implantadas no TFPP deveriam, conforme o discurso do período, atender as necessidades educacionais das pessoas que moravam na fronteira do Brasil/Paraguai, mas o que se constata é que o governo central pretendia, de fato, alinhar a “mentalidade” dos indivíduos do mencionado espaço ao “novo” processo de desenvolvimento do Brasil, ou seja, o da industrialização, em bases nacionais. Pode-se afirmar, ainda que a pesquisa esteja em andamento, que se instalaram instituições escolares primárias singulares, denominadas de itinerantes, no TFPP para atender um público específico da mencionada região, ou seja, o ervateiro. Outro ponto a ser considerado neste contexto de expansão das instituições de ensino primário, sobretudo da zona rural, diz respeito à formação de professores, pois se considerou a referida uma estratégia viável para resolver o problema de falta de professores ou, ainda, da desistência dos docentes que haviam sido contratados em outras regiões, sobretudo de São Paulo, criando-se o Curso Normal Regional na sede do Território, ou seja, em Ponta Porã, que foi denominado de “Princesa Isabel”.