Última alteração: 2016-07-04
Resumo
O texto apresenta uma análise das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio (DCNEM) e considerações sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEPT) a partir da compreensão de currículo como expressão da luta de classes, constituído em campo de conhecimento e de disputas. Resgata, inicialmente, o que a literatura designa como teorias não críticas, críticas e pós-críticas do currículo e desenvolve a análise com base em princípios filosóficos e ético-políticos do materialismo histórico-dialético da formação humana, defendendo a Pedagogia Histórico-Crítica como uma teoria curricular na perspectiva da classe trabalhadora. Correlaciona os passos didáticos dessa pedagogia com uma proposta de tempos curriculares e, finalmente, analisa o movimento nacional de elaboração das referidas Diretrizes no período de 2010 a 2012, tendo como fonte documentos oficiais e produzidos por segmentos da sociedade civil. Identifica nesse movimento e em seu resultado – as respectivas DCN - contradições virtuosas que permitem trazer a Pedagogia Histórico-Crítica para o centro dos debates e do trabalho escolar visando à formação da classe trabalhadora, sem ignorar as dificuldades impostas pela conjuntura atual do capitalismo. Conclui sobre o caráter híbrido das Diretrizes, face à incorporação de conceitos da Pedagogia Histórico-Crítica e a manutenção de alguma inspiração na Pedagogia das Competências, em especial nas DCNEP, bem como sobre o desafio da luta organizada dos educadores e para o princípio de que a disputa do currículo não é uma questão exclusivamente escolar; antes, trata-se de uma disputa pelo projeto de sociedade travado mais amplamente na luta de classes.