Este artigo apresenta as primeiras impressões acerca de uma pesquisa em andamento, que analisa as ideias educacionais de Silvino Elvídio Carneiro da Cunha para a Província da Parahyba do Norte, bem como, conhecer sua trajetória intelectual e as ideias propostas por esse sujeito diante do momento histórico em contexto local. O recorte delimitado de 1874 a 1876, se justifica por ter sido o período em que Carneiro da Cunha ocupava o lugar de presidente da Província da Parahyba do Norte e mostrava preocupações em torno das reformas necessárias para inserção da província na modernidade. Este intelectual abordou vários assuntos que perpassaram sua agenda política. Apontaremos aqui temas referentes à instrução pública, especificamente sobre as ideias de Instrução Obrigatória e de Ensino Livre que Carneiro da Cunha pensava para sua província. Temas, estes, que antecederam, inclusive, ao decreto instituído por Leôncio de Carvalho e aos debates propostos por Rui Barbosa e por Tavares Bastos. Todas estas questões foram encontradas nos relatórios presidenciais de Carneiro da Cunha, os quais nos serviram de fontes para este texto. O referencial teórico-metodológico adotado para este artigo está inserido na História Intelectual, campo imprescindível para basilar historicamente a prática social dos intelectuais, sobretudo os que se propuseram em seus discursos tratar da educação. Assim, entendemos seu contexto, sua trajetória e as ideias que permearam sua atuação política. Como resultados, apontamos que Carneiro da Cunha via nessa reforma da instrução, a partir da obrigatoriedade e da liberdade de ensino, o modo por meio do qual a província paraibana vislumbraria também as transformações que aconteciam no cenário nacional e global chegando ao patamar de província moderna com uma população instruída. Para isso, ele defendia uma liberdade de ensino em que ensine quem estiver apto a ensinar, para que a liberdade provocasse na educação a concorrência que leva à eficiência e com isso, o progresso.