Sistema de Submissão de Trabalhos, X SEMINÁRIO NACIONAL DO HISTEDBR: “30 ANOS DO HISTEDBR (1986-2016): CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA DA ED

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EDUCAÇÃO, TRABALHO E CAPITAL: A ESCOLARIZAÇÃO DOS TRABALHADORES DAS INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS DE MÉDIO PORTE EM VITÓRIA DA CONQUISTA – BA NO CENÁRIO DA ACUMULAÇÃO CAPITALISTA.
Adriana David Ferreira Gusmão

Última alteração: 2016-06-20

Resumo


Partindo da discussão sobre a relação entre Educação, Trabalho e Capital, o presente artigo tem como objetivo realizar uma análise do perfil de escolarização dos trabalhadores da indústria alimentícia de médio porte em Vitória da Conquista, intencionando uma contribuição crítica em favor da classe trabalhadora imersa no processo excludente e tirano da acumulação capitalista. Esse sistema, por sua vez, indica caminhos para que a educação se realize em duas direções: a da formação dos trabalhadores, quando subordina o conteúdo ensinado ao mercado e direciona ao trabalho e outra, fonte de conhecimentos mais amplos, voltada para a classe dominante. A história revela as diferentes interpretações sobre as formas de subsunção da educação à acumulação capitalista, iniciada com as transformações lançadas pela Revolução Industrial no final do século XVIII e a partir da qual se observou uma nova dinâmica produtiva e os seus efeitos nos cenários social, político, econômico e educacional.  A subordinação da educação ao capital produz uma massa de trabalhadores quando preconiza o ensino da leitura, da escrita e da contagem para a execução das tarefas e quando ainda faz crer no valor econômico da educação e do fator humano na produção, o que foi e tem sido amplamente discutido. A Teoria do Capital Humano de Adam Smith, de 1776 já corroborava a ideia de subordinação. Diferentes setores da vida: trabalho, comportamento e o fazer cotidiano se refizeram sob novas condições, mas as principais vítimas do processo que ora se instalava eram os trabalhadores. Irrompiam as bases da acumulação capitalista que traria efeitos nefastos em múltiplos segmentos da vida humana e, evidentemente sobre a escolarização dos trabalhadores. Nessa direção, a fundamentação teórica que sustenta a análise está pautada nas considerações de Marx (2010 e 2013), Antunes (2007), Harvey (2000 e 2011), Mészáros (2002, 2005 e 2006), Braverman (1987), Frigotto (1989 e 1999), Bertoldo (2012) e Thomaz Jr (2000) e é fundamentada numa visão de totalidade. O elemento empírico é a escolarização do trabalhador da indústria alimentícia de médio porte instalada em Vitória da Conquista – BA. Para o desenvolvimento da análise foi utilizada a metodologia do estudo de caso e privilegiou-se a apresentação dos resultados por meio da crítica entrecortada pela tessitura teoria-empiria. Os resultados apontam que a maioria dos trabalhadores entrevistados possui baixo nível de escolaridade, mas contraditoriamente, isso não tem sido um impeditivo de acesso aos postos de trabalho nas indústrias em apreço. Ao contrário, a baixa escolaridade tem sido um mecanismo de barateamento dos custos produtivos, pois, em geral esses trabalhadores realizam tarefas menos qualificadas e com baixos salários. Por outro lado, nessas condições, estão mais vulneráveis às formas exploratórias e precárias de trabalho. Há que se considerar, nesse contexto que a baixa escolarização nunca foi um problema para a reprodução do capital, ao contrário, por meio dela se amplia o exército de reserva, fundamental para a regulação dos salários e dos postos de trabalho.


Palavras-chave


Capital - Trabalhador – Indústria - Escolarização

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