Apresento a vocês Gustavo Henrique Martins, o famoso pesquisador molecular do 56! Ingressante no ano de 2017, esse cosmopolense, de 23 anos, entrou no curso cheio de gás e tá fazendo história! Enquanto cursava o ensino técnico, integrado ao ensino médio, Martins deu aulas de física como voluntário aos sábados e, incentivado pelos professores, prestou vestibular e foi aprovado em Licenciatura em Química na UFSCar de Araras!
Porém seus passos como professor em formação começaram a ser dados quando ele foi aprovado como lobinho na Unicamp. Afinal, ele já era amante de química e física, além da cidade de Campinas ser mais acessível a ele naquele momento, onde poderia se deslocar de Cosmópolis diariamente. Quando chegou, Martins acreditava que iria apenas lutar pelo diploma e sair, mas uma vez na Unicamp, o rapaz se jogou de cabeça nos espaços acadêmicos e, descobrindo a pesquisa, em pouco tempo, largou o trabalho que tinha, em um comércio local em Cosmópolis, e varreu todo o Instituto de Química em busca de trabalho! Foi aí que encontrou um laboratório de bioquímica, onde foi aceito com bolsa FAPESP, e trabalhando oito horas por dia começou a escrever seu nome nos muros da ciência. O projeto teve duração de um ano, mas o Martins mandava muito bem e foi convidado a continuar a pesquisa como bolsista de Iniciação Científica, onde ainda atua fortemente.
Infelizmente, não foi apenas de glória que se compôs a caminhada desse jovem até o presente. Martins teve que se esforçar muito e aprender a estudar. Toda sua formação em escola técnica não foi o bastante para lidar com as demandas do curso superior, o que o levou a obter resultados não tão satisfatórios. Parte da dificuldade, segundo ele, se deve às avaliações. As médias e conteúdos cobrados parecem ultrapassar os limites do lógico, muitas vezes, o forçando a abrir mão do conhecimento em nome do resultado imediato.
Embora tenha enfrentado dificuldades, Martins também não se deixou levar. Ele buscou constantemente o auxílio de professores e pesquisadores nos laboratórios, onde aprendeu muito. Ele comenta que dividir espaços e tempos com essas pessoas o manteve muito motivado a persistir nos seus sonhos. Logo, encontrou formas de contornar os problemas e obstáculos que o têm assolado. Sua busca por se formar professor continua firme, mas Martins deseja mudar para a licenciatura em química do Instituto de Química, onde o currículo parece o encaminhar mais suavemente para sua área. Além disso, sonha em fazer mestrado e se desenvolver na área acadêmica. Quem sabe o IQ não ganha um professor de qualidade no futuro?
Com base na sua trajetória, Martins sente muito pela pandemia ter nos afastado dos espaços coletivos. Sem esses espaços, onde atribui a maior parte do seu desenvolvimento humano e cidadão, Martins acredita que dificilmente teria passado pelo processo transformador que foi a educação na sua vida. Isso não o impede de acreditar nos espaços virtuais onde, mesmo com as limitações ainda impostas pelas adaptações, tem se mostrado uma alternativa positiva para o isolamento social, contribuindo para o desenvolvimento científico e cultural da comunidade.
Estudantes da Licenciatura Integrada em Química e Física
Gestão Alcateia