Organizar a raiva
Se atentar para que ela não vire ódio.
É preciso revolta contra certezas absolutas
eles detestam rebeldia.
olhar
olhar e
olhar de novo
Tenha muita atenção ao mundo
Não acredite que existem insignificâncias. Esse deve ser um trabalho diário.
Cutucar a curiosidade
Ela precisa estar acordada. Insistir assiduamente no seu amanhecer.
Lembrar
Seu cochilo, por mais rápido que seja, pode deixar sonhos afastados da realidade.
Ensinar e aprender, aprender e ensinar
Juntos
Como água de rio
que quando corre encontra outras e se torna grande porque perto caminham.
Respeitar as liberdades
Atentar-se para seus posicionamentos, não existe neutralidade.
Aceite rever-se
até mesmo nos dias mais cinzentos - não há acabamentos.
Defender a alegria
Ostentar massivamente o riso
até que toda a arcada dentária seja exposta.
E jamais esquecer:
diálogo e silêncio constroem as vias
mas quem dá horizonte para seguir
é a utopia.
Marina Carvalho*
* Graduada em Administração de empresas (2014), graduanda em Licenciatura em Educação Física e servidora da Unicamp.
Poema criado com base na leitura da obra “Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa”, de Paulo Freire, no contexto da disciplina “Estágio Supervisionado I”, sob responsabilidade da professora Eliana Ayoub (1º semestre de 2022).