Estruturas Participativas na cidade de Campinas, Campinas [ SP: s.n.], 1993.
Defendida em 1993. Faculdade de Educação - UNICAMP
Autor: Pedro Ganzelli
Orientadora: Maria da Glória Marcondes Gohn
Esta pesquisa teve por objetivo o estudo e a análise da implantação
de estruturas participativas na cidade de Campinas , durante a gestão municipal de 1989
à 1991 . Priorizamos as propostas elaboradas pela administração municipal sobre a
constituição de conselhos no que se refere ao Poder Local como , mais especificamente ,
à área de educação .
Utilizamos neste trabalho o método etnográfico de pesquisa de pesquisa , pois
objetivávamos observar todos os espaços que , de alguma forma , influenciaram no
processo de formação dos Conselhos Populares e dos Conselhos de Escola . Analisamos
tanto fatores advindos do Estados como da sociedade civil , pesquisando como eles
colaboram no processo de formação das estruturas participativas .
Em relação ao processo de formação dos Conselhos Populares, observamos que , na luta
pela sua implantação , houve a disputa pelo sou controle e pela hegemonia política ,
levada pelas organizações de moradores , com diferentes tendências políticas .
Constatamos também uma forte resistência à mudança por parte dos poderes já
constituídos ( Câmara de Vereadores e Poder Executivo ) , em relação á formação de
novas estruturas de poder na cidade . Nesta analise procuramos destacar caráter educativo
que permeou o processo de formação dos Conselhos Populares . Observamos que a
população que participou deste processo teve possibilidade de conhecer a dinâmica
política e administrativa do município. Ela pode discutir o relacionamento entre o
poderes Legislativo e Executivo e seus trâmites burocráticos , para a aprovação do
orçamento , na implantação de novas linhas de ônibus e mesmo na escolha de terrenos
para a construção de creches .
A análise do processo de implantação dos Conselhos de Escola mostrou-nos que existem
limites e possibilidades no uso destas estruturas participativas . Os limites estariam
ligados aqueles trabalhadores da educação que não aceitam qualquer tipo
de mudança na estrutura de poder da escola . As possibilidades estariam relacionadas à
ampliação dos confrontos entre as diferentes organizações populares na luta pelo poder
dos aparelhos do Estado , que poderiam vir a contribuir na dinamização destas estrutura
de participação.