A Faculdade de Educação da Unicamp torna público Manifesto em Defesa das Universidades Públicas Brasileiras. O documento foi aprovado em 13 de dezembro, na reunião da Congregação da unidade.
"As intervenções violentas e arbitrárias contam com a participação do aparato do Estado e indicam que o desmonte da educação pública é um projeto patrocinado pelos governos federal e estadual. Contam com o apoio de estratos sociais interessados na privatização do patrimônio educacional público amealhado durante décadas e com a anuência de parcela da mídia sensacionalista e comprometida com os interesses do capital nacional e internacional", afirma o documento.
Leia abaixo o texto completo do Manifesto.
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MANIFESTO EM DEFESA DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS As universidades públicas têm sido alvo de ataques constantes que visam desmontar, desqualificar e desmoralizar seus gestores, professores, funcionários e estudantes do ensino público e gratuito. Exemplos sobejam: a operação PhD contra a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (09/12/2016), a operação Research contra a Universidade Federal do Paraná (13/02/2017), o desmonte da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e o adiamento do início do ano letivo de 2017 (01/08/2017), a operação Ouvidos Moucos contra a Universidade Federal de Santa Catarina (14/09/2017), a operação Esperança Equilibrista contra a Universidade Federal de Minas Gerais (06/12/2017). Essas instituições constituem um patrimônio cultural, educacional, científico e artístico construído pela sociedade e sustentado pelo trabalho de gestores, professores, funcionários e milhares de estudantes que passam por elas há décadas e financiado pelos recursos públicos destinados ao ensino superior. Elas respondem por cerca de 90% da ciência e tecnologia produzidas no país. As intervenções violentas e arbitrárias contam com a participação do aparato do Estado e indicam que o desmonte da educação pública é um projeto patrocinado pelos governos federal e estadual. Contam com o apoio de estratos sociais interessados na privatização do patrimônio educacional público amealhado durante décadas e com a anuência de parcela da mídia sensacionalista e comprometida com os interesses do capital nacional e internacional. As universidades públicas precisam indignar-se contra o clima de hostilidade, obscurantismo e criminalização que alimentam atitudes neofascistas, tais como, as ocorridas com a Profa. Cynthia Neves do IEL/Unicamp que por meio de telefonema anônimo foi ameaçada de morte em virtude de temas sobre homossexualidade abordados em suas aulas de leitura e produção textual do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (PROFIS) seguindo um currículo institucional. Assim, manifestamo-nos em defesa das Universidades Públicas brasileiras pelo seu caráter de bem público e social, direito humano universal e dever do Estado. |