Ludmila Pioli | Atualizado em 04/05/2022 - 14:17 Notícia

Conquistas do Prêmio de Reconhecimento em Direitos Humanos pela FE/Unicamp

É com muita satisfação que a Faculdade de Educação da Unicamp anuncia a conquista de nossos Discentes e Docentes no Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos Unicamp-Instituto Vladimir Herzog, 2021. Produzido pela Diretoria Executiva de Direitos Humanos da Unicamp e o Instituto Vladimir Herzog, o Prêmio contou com as áreas de Ciências Exatas, Engenharia e Tecnologia; Ciências Biológicas e da Saúde; Ciências Humanas, Sociais e Econômicas; Artes, Comunicação e Linguagem e área da Educação. O Edital contemplou os cursos de graduação e pós-graduação de todas as universidades públicas do Estado de São Paulo, e na categoria Educação a maioria dos vencedores foi da Faculdade de Educação da Unicamp.

Orientada pela Profa. Dra. Heloísa Matos Lins, a aluna de doutorado Janaína Cabello foi premiada pela Pesquisa de Doutorado intitulada “Cartografia das (re)territorializações no movimento social surdo no Brasil atual: (des)caminhos para as pedagogias surdas como devir.”. Em conversa com a Faculdade de Educação, Janaína manifestou que:

 

“No momento em que vivemos um recrudescimento das violações dos direitos humanos no país, com a tentativa sistemática de seu completo apagamento pelo aviltamento à memória nacional (os esforços para o “esquecimento” dos crimes perpetrados durante a ditadura militar no Brasil são inúmeros, por exemplo) sem dúvidas, é uma imensa alegria e uma honra receber um prêmio com o nome de Vladimir Herzog! Em um momento histórico em que se pretende apagar a memória e a verdade e a História são esgarçadas por discursos mentirosos que buscam fazer valer a violência (tendo como as maiores vítimas os grupos historicamente vulnerabilizados, como os povos indígenas, as pessoas negras, comunidade LGBTQIA+, pessoas com deficiência, mulheres e crianças), é importantíssimo ocupar nossos espaços dentro da academia, fazendo de nossas pesquisas acadêmicas também atos políticos em defesa do que é, de fato, direito (humano e não-humano): o direito à existência digna, em sua pluralidade. Nesse sentido, sem dúvidas, acredito que nosso trabalho no campo educacional é fundamental e extremamente necessário, no sentido de também criar redes de afetos, políticas outras e resistências. Trabalho árduo, certamente, mas que ao receber reconhecimento como o dessa premiação, se renova. Agradeço todas as pessoas que estão ao meu lado, especialmente minha orientadora professora Heloisa Lins.  Parabenizo ainda todas as pessoas contempladas nas diversas áreas da premiação. Seguimos!”

 

          (DIVULGAÇÃO: JANAÍNA CABELLO / UNICAMP)

Para acessar a pesquisa da nossa aluna Janaína, clique neste link.

 

Na categoria mestrado, sob orientação da Profa. Dra. Ana Maria Fonseca de Almeida a aluna Tayná Victória de Lima Mesquita foi ganhadora do Prêmio a partir de sua pesquisa denominada “É PRECISO MUDAR OS LUGARES DA MESA: um estudo das carreiras militantes de acadêmicos negros na Universidade Estadual de Campinas”. Agora cursando o Doutorado no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP, Tayná expressou que:

 

“Este reconhecimento me honra profundamente. Até muito recentemente, importantes referências intelectuais oriundas da comunidade negra, como Lélia González, Beatriz Nascimento, Abdias do Nascimento, Sueli Carneiro, Clóvis Moura e muitas e muitos outros tiveram suas contribuições invisibilizadas no contexto da academia, em partes por um racismo epistêmico disfarçado no discurso de que se tratavam de ativistas e não intelectuais. Neste sentido, enquanto uma pesquisadora e ativista feminista negra, ver este trabalho – e outras pesquisas – sendo premiadas justamente pelo comprometimento político que os envolve, não tem preço. Uma das contribuições dessa dissertação é justamente o registro de algumas das muitas facetas da história de uma mobilização negra na Unicamp, ao longo das últimas duas décadas. Uma história de adesão coletiva a um projeto de mudança social antirracista em uma das mais prestigiosas e seletivas universidades do país. Uma história que desembocou recentemente na implementação da política de cotas raciais – e que segue seu curso, com todas as transformações institucionais, epistêmicas, simbólicas que temos observado. Falamos em uma longa trajetória de afirmação de uma intelectualidade negra no campus e de constituição de identidades militantes – sujeitos que assumem que o sentido para a própria existência passa necessariamente por saídas coletivas. Uma geração de pessoas negras que para além da academia, têm trabalhado para promoção da igualdade racial e combate a todas as formas de opressão em todos os espaços sociais que ocupam. Nesse sentido, não posso deixar de agradecer a todas aquelas e aqueles que um dia constituíram o Núcleo de Estudos Negros (2003-2008) e o Núcleo de Consciência Negra da Unicamp (2012- atualidade). E em especial, agradeço a parceria da Prof.ª Ana Maria de Almeida. Sua amizade e sua orientação comprometida, afetiva, competente foi essencial para que essa dissertação se realizasse. Os ancestrais estão de pé, e nós também, de pé e avante!”

 

(DIVULGAÇÃO: TAYNÁ MESQUITA / UNICAMP)

Para acessar a produção da pesquisadora Tayná, clique aqui.

 

A Faculdade de Educação/Unicamp parabeniza Docentes e Discentes em mais esse avanço do Ensino e Pesquisa assim como agradece sua comunidade ativa na luta constante pela inclusão dos Direitos Humanos e equidade na Educação!