Ludmila Pioli | Atualizado em 16/05/2022 - 16:59 Notícia

Faculdade de Educação recebe Coletivo Autista da Unicamp para discutir Inclusão e Acessibilidade no Ensino Superior

A Faculdade de Educação (FE) promoveu uma roda de conversa com o Coletivo Autista da Unicamp (Caucamp), no dia 11 de maio de 2022, na intenção de discutir políticas de inclusão e acessibilidade no Ensino Superior. O encontro contou com a participação da Direção da FE, a Profa. Dra. Maria Teresa Mantoan, representantes do Caucamp e a comunidade interna da faculdade. 
O Caucamp demonstrou os desafios que estudantes com deficiência encontram para e ao alcançar uma vaga na Universidade Estadual de Campinas, ainda com poucas políticas de acessibilidade. No diálogo foram apresentados dados referentes ao acesso de Pessoas com Deficiência nas universidades paulistas, em comparação com outras instituições públicas de Ensino Superior, sendo a Unicamp uma das universidades com menor participação de pessoas com deficiência na Graduação, tendo somente 0,18% do total de matrículas ocupadas por essa população, percentual muito inferior aos 7,29% de cidadãos PCDs do Estado de São Paulo, segundo dados do Censo 2010 do IBGE. A Unicamp, a USP e a Unesp ainda não possuem cotas para pessoas com deficiências, política que já foi implementada nas universidades federais. Além da falta de cotas, as universidades paulistas têm demonstrado falta de preparo na articulação de outras políticas de inclusão. Isso se reflete em estudantes encontrando muitas barreiras ao solicitar adequações pedagógicas para cursar a graduação e a pós-graduação, um direito que é garantido por Lei a todas as pessoas com deficiência.
A Profª Teresa Mantoan apresentou um histórico de sua pesquisa no âmbito da Educação, em especial os resultados do programa Unicamp Acessível, que foi desenvolvido em 2005. Muitas de suas iniciativas, porém, não tiveram continuidade nas gestões seguintes da Universidade Estadual de Campinas e encontram diversas barreiras para serem implementadas institucionalmente.
Guilherme de Almeida, aluno de doutorado da FE e coordenador-geral do Coletivo Autista frisou em sua fala um pedido de ajuda, pois a pauta da inclusão e acessibilidade não deve ser apenas das pessoas com deficiência, mas da sociedade como um todo, tal qual as pautas antirracistas, LGBTQIA+ e igualdade de gênero. 
A FE conta atualmente com cotas para PcDs na Pós-Graduação, no entanto tem tido dificuldades de preencher as vagas disponíveis a este público, o que indica um problema estrutural com origens na Educação Básica.
Neste primeiro encontro, a Direção da FE se colocou à disposição para colaborar com o debate e ações acerca da inclusão, acessibilidade e diversidade – pautas também do Coletivo.
 
 
(Divulgação: Gabriel Bertelli)

(Divulgação: Gabriel Bertelli)

 

(Divulgação: Gabriel Bertelli)

(Divulgação: Gabriel Bertelli)