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Nos últimos anos a centralidade das imagens na construção do conhecimento e da formação das subjetividades tem sido assegurada por inúmeros autores, na continuidade dos estudos que apontam a dimensão cultural como central para o entendimento das sociedades contemporâneas. Na década de 1990, Stuart Hall já apontava esta centralidade da cultura, sendo a proliferação dos Estudos Culturais a marca da pertinência destas idéias.

No campo da Educação, desde Comênio as imagens aparecem como tendo potência educativa. Nos tempos atuais, elas não mais aparecem apenas como partícipes da criatividade e eficiência das ações didáticas, mas também, sobretudo, tendo em si mesmas uma dimensão pedagógica, uma potência subjetivadora e de pensamento, como o afirmam autores tão díspares e tão próximos quanto Deleuze e Pasolini.

No campo da Geografia, ao final dos anos 1970 Yves Lacoste escreveu que "hoje em dia não há mais somente a geografia dos professores, mas também aquela que veiculam a televisão, o cinema, os cartazes, os jornais...". Vertentes mais recentes como a Geografia Cultural e a Geografia Humanística, passaram a tomar para si as imagens como fenômenos de interesse geográfico, partindo do princípio de que elas atuam fortemente na atual partilha do sensível, realizada também nas narrativas em imagens acerca do mundo no qual vivemos.

A noção de realidade tem sido colocada de outras maneiras, muitas delas questionam, sobretudo, os amparos na visualidade, a lógica da representação e a concepção de essência; basicamente este tem sido o caminho dos estudos pós-estruturalistas. Gianni Vattimo e Jorge Larrosa chegam mesmo a dizer que a realidade é o que está em discussão, constantemente construída e dissolvida pelas práticas sociais e discursivas.

Também o espaço vem tendo outras abordagens, tais como as de Doreen Massey, que o toma como sendo não uma superfície, mas "uma multiplicidade de estórias-até-agora". Podemos dizer que as imagens são parte cada vez mais intensa da multiplicidade que compõe o espaço atual.

Na esteira destes pensamentos, a presença das imagens é de grande importância no modo como pensamos e agimos na realidade, no espaço geográfico. Estas imagens podem ser tomadas tanto como parte das práticas discursivas - signos de uma linguagem -, quanto como objetos do mundo - obras da/na cultura.

Nos últimos anos tem se ampliado o número de pesquisas e trabalhos envolvendo as muitas linguagens nas quais o conhecimento geográfico é produzido. Tanto imagens tradicionalmente utilizadas pelos geógrafos - mapas, fotografias aéreas, imagens de satélite - quanto outras menos comuns nos trabalhos geográficos - desenhos, fotografias, pinturas, cinema, televisão - passaram a ser objeto de estudo de profissionais e professores de Geografia. Alguns destes estudos vêm questionar a própria definição de algumas destas imagens, tais como os estudos de Harley e sua concepção de mapa, entre outros.

Em muitos simpósios e congressos na área de Educação, Geografia e Ensino de Geografia vêm acontecendo discussões que colocam a cultura na centralidade de suas análises. A proposta e inovação deste colóquio é tomar, no interior da cultura, as imagens - e as linguagens que lhes dão origem e sustentação - como foco de preocupação, partindo do princípio de que a dimensão pedagógica inerente a estas imagens atua nos processos de subjetivação e no pensamento acerca do espaço geográfico.

O colóquio "A educação pelas imagens e suas geografias" e o dossiê com os artigos dos participantes das mesas redondas fazem parte das atividades de comemoração dos 20 anos da Revista Pro-posições, da Faculdade de Educação da Unicamp.


O evento incluirá a realização de conferências e mesas redondas, com a participação de convidados nacionais e estrangeiros, que debaterão tanto a produção do conhecimento em imagens que atuam na educação visual do espaço contemporâneo quanto as formas e o poder da circulação do conhecimento.

Objetivos

  • Reunir pesquisadores brasileiros e estrangeiros estudiosos das imagens na produção do conhecimento geográfico, tendo como base os artigos publicados no dossiê "A educação pelas imagens e suas geografias" da Revista Pro-posições de outubro 2009;

  • Discutir a educação visual que as imagens realizam no mundo contemporâneo e o poder da circulação do conhecimento;

  • Possibilitar um diálogo interdisciplinar que se estabeleça na interface de três áreas de conhecimento: a Geografia, a Educação e o estudo das imagens;

  • Entender a participação das imagens na criação de outras geografias;

  • Debater as relações e tensões existentes entre a idéia de representação e a presença das imagens;

  • Ser mais um passo na elaboração de uma rede e um projeto comum de pesquisa.

  • Marcar os 20 anos da criação da Revista Pro-posições com a discussão do poder inerente às formas tradicionais de circulação do conhecimento e as mudanças operadas pelas formas virtuais, sejam elas no formato periódico, blogs ou outros;

Público alvo

Profissionais, professores e estudantes das áreas de Geografia, Educação, Comunicação e áreas afins.