A Biblioteca Prof. Joel Martins (BJM), da Faculdade de Educação da Unicamp (FE-Unicamp), foi oficialmente reconhecida como biblioteca universitária pública, após o processo de cadastramento no Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (SisEB), concluído na primeira quinzena de junho deste ano. Com isso, a BJM passa a integrar também a base do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), política federal criada em 1992 para estimular o acesso gratuito à leitura, ao livro e à informação como direito de cidadania.

Essa conquista significa o reconhecimento de uma ação que historicamente é realizada pela biblioteca, que é a abertura de suas portas para a população em geral, especialmente para professores e estudantes da rede pública municipal de Campinas. A importância se evidencia com a valorização da biblioteca universitária pela comunidade escolar da rede pública de Campinas.
Com muita frequência, há o pedido de escolas para visitação de professores e estudantes com a indicação de que a biblioteca da Faculdade de Educação é um equipamento cultural, social e formativo de grande representação na cidade de Campinas. O caráter de biblioteca pública coloca para a BJM a possibilidade de participação em editais de fomento, sediar formações presenciais no SisEB, integrar programas culturais e literários e receber exemplares de obras atualizadas, destinados às bibliotecas públicas estaduais paulistas.
Segundo a diretora da BJM, Simone Lucas Gonçalves de Oliveira, o reconhecimento como biblioteca pública é mais do que uma formalidade. “É uma forma de legitimar o que sempre fizemos: oferecer serviços profissionais de qualidade, ser uma biblioteca aberta, parceira e acolhedora, apoiar a formação de alunos e a pesquisa acadêmica, além de receber a comunidade externa em atividades culturais, de leitura e extensão”, reitera.
As bibliotecas universitárias, como a BJM, têm por objetivo apoiar ensino, pesquisa e extensão, mas também são reconhecidas como equipamentos culturais (MinC, 2024), em sintonia com o Manifesto da IFLA/Unesco para Bibliotecas Públicas, que defende a democratização do acesso à informação como um bem público.
Nesse sentido, a novidade não altera as normas de funcionamento — que seguem as diretrizes do Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU) —, e ainda amplia as possibilidades de diálogo com a sociedade.


Avanço e desafios
A integração da BJM ao SisEB traz novas oportunidades, mas também aponta desafios. Campinas ainda não possui um Plano Municipal do Livro, da Leitura, da Literatura e da Biblioteca (PMLLLB), instrumento que poderia fortalecer o trabalho em rede entre bibliotecas universitárias, municipais e comunitárias, lembra Simone.
O reconhecimento da BJM abre caminho para esse debate. “Nossa expectativa é contribuir para um diálogo com as demais bibliotecas públicas de modo a vislumbrar oportunidades de criação de um plano municipal que sistematize ações e dê mais visibilidade à leitura e à cultura no município”, ressalta Simone.
Ao tornar-se oficialmente pública, a Biblioteca Prof. Joel Martins firma sua função como intermediária entre a universidade e a sociedade, especialmente junto à população do distrito de Barão Geraldo e bairros vizinhos, em Campinas.
A iniciativa vai ao encontro das políticas nacionais de democratização da leitura e amplia a presença da Unicamp no cenário cultural paulista, finaliza a gestora líder de Publicações da BJM, Roberta Rabello Fiolo Pozzuto.