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Institucional

CIBES, da Faculdade de Educação, é destaque no Prêmio PAEPE 2025

Iniciativa voltada à integração e ao bem-estar na FE-Unicamp é reconhecida em premiação destinada a projetos de servidores da universidade.

Em uma edição recorde do Prêmio aos Profissionais da Carreira Profissional de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (PAEPE), com 297 projetos inscritos e 1.103 servidores autores, a Faculdade de Educação da Unicamp (FE-Unicamp) teve como vencedor o projeto Comissão de Integração e Bem-Estar Social (CIBES), iniciativa que vem transformando o clima organizacional da unidade desde 2023.

Fotografia que mostra quatro pessoas em pé, uma ao lado da outra, sorrindo e olhando para a câmera em ambiente externo. Da esquerda para a direita: homem branco com cabelo e barba grisalhos veste camiseta branca e calça jeans; homem branco com barba grande e preta veste camiseta azul e calça jeans e segura um prêmio; mulher branca com cabelo liso, curto e loiro veste blusa branca listrada e calça bege e mulher branca com cabelo liso, longo e loiro veste vestido estampado em tons de preto, branco e azul. O ambiente é aberto e bem iluminado, há árvores e plantas e um prédio institucional ao fundo. Fim da descrição.

Criada em abril de 2023, a CIBES nasceu com um propósito simples e ao mesmo tempo ambicioso: cuidar das pessoas. Por meio de ações de integração, saúde, cultura e acolhimento, a comissão busca fortalecer os laços entre funcionários, docentes e estudantes, promovendo pertencimento e bem-estar na rotina acadêmica.

O projeto inscrito no Prêmio PAEPE é assinado pelos servidores PAEPE, Jéssica de Freitas Ferreira, Juliana Marques Lourenço, Lucas Ferreira Santos e Renato Robert Proto Tartarotti, em parceria com as docentes Eliana Ayoub e Kelly Cristine Sabino e com a bolsista Eliane Aparecida Gonçalves Conceição, que integraram a comissão no primeiro biênio (2023–2025).

Uma comissão que nasce de um sonho coletivo

A ideia da CIBES surgiu de conversas informais entre servidores que sentiam falta de algo além das atividades tradicionais de fim de ano. Juliana lembra que tudo começou como um desejo de “fazer algumas ações na faculdade que unissem mais as pessoas”, até se consolidar numa comissão institucionalizada e permanente. “Veio de um sonho criar isso, e agora vemos que está dando frutos”, resume Juliana, ao comentar a trajetória que levou ao reconhecimento no Prêmio PAEPE.

Lucas, que está há 11 anos na FE-Unicamp, destaca que a comissão responde a um desafio antigo: aproximar grupos que tendem a permanecer separados no cotidiano universitário. “A gente percebe que é difícil ter ações conjuntas. Cada categoria fica no seu quadrado, e a comissão promove ações para integrar funcionários, docentes e estudantes e pensar no bem-estar”, explica.

Integração, acolhimento e saúde como eixos de atuação

Desde a sua criação, a CIBES organiza festas de aniversariantes do mês, o Arraiá de Integração da FE-Unicamp, a festa de confraternização da unidade, além da cerimônia de recepção às ingressantes e tributo às aposentadas, que se tornaram momentos marcantes no calendário da faculdade.

No campo da saúde e do bem-estar, o relatório do biênio 2023–2025 registra uma série de ações: campanhas Outubro Rosa, Novembro Azul e Agosto Dourado, rodas de conversa sobre saúde mental e educação, oficinas “Cuidar de si: práticas do movimento”, em parceria com o Laborarte, atividades de acupuntura acolhidas no âmbito do evento “Unicamp em Família” e a 1ª Caminhada da FE-Unicamp – Caminhando Juntos: Saúde e Bem-Estar, realizada com apoio do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) e do Centro de Saúde da Comunidade (CECOM). Na caminhada, por exemplo, houve 131 inscrições e participação efetiva de cerca de 80 pessoas, com realização de check-up de saúde e encaminhamentos para grupos e programas de cuidado continuado.

As ações se completam com iniciativas de comunicação e memória: murais físicos na unidade, registro fotográfico constante e participação no Simpósio de Profissionais da Unicamp (SIMTEC) com pôster sobre a CIBES.

“Um lado humano que não aparece nos números”

Para Jéssica, o prêmio reconhece justamente uma dimensão do trabalho que costuma ficar invisível nos relatórios de produtividade. “A CIBES tem um lado humano que, em geral, a gente não vê na nossa profissão. É mostrar que a gente também está se importando com isso, para além do técnico”, afirma.

Ela destaca que o projeto ganha importância num contexto pós-pandemia, em que muitos vínculos precisaram ser reconstruídos: “É uma forma de estarmos juntos, compartilharmos os espaços e fazermos um bom trabalho com a saúde mental e o bem-estar em dia, não só com eficiência técnica”.

Lucas lembra que, em meio a planilhas e demandas burocráticas, as atividades da comissão se tornaram um refúgio: “Pensar nas coisas da CIBES e executar as ações era uma fuga desse trabalho mais pesado, uma forma de cuidar do ser humano que para mim é muito significativa”.

Um episódio narrado pelo grupo ilustra o impacto afetivo das ações: durante uma festa de aniversariantes, uma pessoa comentou que aquela era a primeira festa de aniversário que ela havia vivenciado no país. O relato evidencia como gestos simples de acolhimento podem marcar profundamente a experiência de quem chega à universidade.

Surpresa e reconhecimento em uma edição recorde

A notícia do prêmio foi recebida com surpresa pelos integrantes da comissão. “Não imaginávamos. Foram quase 300 projetos no total da Unicamp”, lembra Jéssica.

Para Juliana, o reconhecimento mostra que ações de cuidado também são entendidas como trabalho estratégico para a universidade: “É muito gratificante ver que aquele sonho inicial virou um projeto reconhecido institucionalmente e que hoje inspira outras pessoas a quererem participar da comissão”. Renato destaca a visibilidade conferida pelo prêmio, que pode fazer com que outros membros da comunidade acadêmica valorizem o fortalecimento de relações mais humanas no ambiente de trabalho.

De fato, após a consolidação da CIBES, mais servidores e estudantes passaram a procurar o grupo para se engajar em suas ações. A comissão também chama a atenção de outros órgãos da Unicamp, como o próprio CECOM e o GGBS, que manifestaram interesse em ver experiências semelhantes replicadas em outras unidades.

Alinhamento às diretrizes da Unicamp e potencial de inspiração

Na ficha de inscrição do Prêmio PAEPE, o projeto destaca sua articulação com o PLANES da Unicamp, especialmente no que diz respeito à promoção de uma universidade democrática, justa e inclusiva. Ao investir em integração, acolhimento e qualidade de vida, a CIBES contribui diretamente para a missão institucional de formar pessoas em suas dimensões acadêmicas, sociais e humanas.

A comissão local avaliadora atribuiu ao projeto notas elevadas em critérios como eficácia, relevância, inovação, integração, continuidade e replicabilidade, o que reforça seu potencial como referência para outras unidades de ensino e pesquisa.

Para os integrantes da CIBES, porém, o mais importante são os vínculos construídos no dia a dia. “A gente passa mais tempo aqui do que em casa. É muito bom sentir a FE-Unicamp como um lugar em que a gente se sente em casa também”, diz Juliana. “Viramos amigos. Isso não tem dinheiro que pague.”

Sobre o Prêmio PAEPE

Criado em 2011, o Prêmio aos Profissionais da Carreira PAEPE reconhece, anualmente, projetos de servidores técnicos e administrativos que contribuem para a melhoria da Unicamp. A edição de 2025, realizada em 1º de dezembro, destacou dez projetos em nível de universidade e premiou os melhores de cada unidade e órgão.

Para a comunidade da Faculdade de Educação, a vitória da CIBES reafirma que cuidar das pessoas é também fazer universidade — e que a integração, o acolhimento e o bem-estar podem (e devem) ser princípios estruturantes da vida acadêmica.

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