Tassiane Bragagnolo | Atualizado em 04/04/2024 - 09:05 Notícia

COMPROMISSO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNICAMP COM A DEMOCRACIA

Imagem: https://www12.senado.leg.br/radio/1/reportagem-especial/2024/01/04/8-de-janeiro-democracia-restaurada

O dia de hoje marca o primeiro ano dos atos golpistas e terroristas de 8 de janeiro de 2023, quando legiões bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos três poderes da República, em Brasília, com a intenção de perpetrar um golpe de Estado que levasse à deposição do Presidente legitimamente eleito e à tomada do poder pelo candidato derrotado ou por grupos com ele identificados.

A estratégia, soube-se depois, cuidadosamente planejada por setores civis e militares da extrema direita, vinculados ao governo anterior, era, por meio do tumulto, da violência e do medo, difundir a sensação de perturbação da ordem social e de incapacidade das forças convencionais para restabelecê-la, a fim de forçar o Presidente recém empossado a decretar Garantia da Lei e da Ordem (GLO), por meio da qual o controle do Estado seria transferido aos militares.
O governo, porém, não mordeu a isca e a tentativa de golpe resultou frustrada, não, porém, sem antes vilipendiar a Constituição e a democracia brasileiras e marcar vexatória e indelevelmente a história política do País.

De lá para cá houve CPI, investigações policiais, ações judiciais, identificação e punição de centenas de envolvidos. Mas as condenações ainda são pouquíssimas, comparativamente ao número de participantes. Além disso, falta responsabilizar e punir planejadores, financiadores e autoridades civis e militares que, por atos ou omissões, incentivaram a tentativa de golpe.

Esse deplorável episódio não pode ser subestimado nem cair no esquecimento. Ao contrário, precisa ser tratado com seriedade e rigor compatíveis com a monta dos crimes cometidos e, ainda, permanecer vivo na memória popular como exemplo de algo que jamais poderá se repetir e como alerta de que a democracia e a Constituição precisam ser diuturnamente defendidas e aprimoradas, a fim de evitar retrocessos e, mais que isso, fazê-las avançar na garantia de direitos e na promoção da justiça social.

Por isso, a Faculdade de Educação da Unicamp vem novamente a público – como já o fizera na ocasião – manifestar seu repúdio àqueles atos golpistas, de índole fascista, e reiterar seu anseio de que sejam devidamente punidas todas as pessoas e instituições por eles comprovadamente responsáveis.

Reitera, também, o alerta de que o fascismo segue vivo e atuante na sociedade brasileira, impregnado em instituições civis, militares e religiosas e buscando conquistar mentes e corações de amplos setores da população. Por isso, a defesa e o aprimoramento da democracia requerem vigilância e atuação permanentes dos setores progressistas e,
sobretudo, de educadoras e educadores que podem atuar mais diretamente na formação ética e política das novas gerações. O reacionarismo fascista não será extirpado pela raiz sem um trabalho educativo politicamente comprometido com esse objetivo e com a firme defesa da democracia, dos direitos humanos e do respeito às diferenças.

A Faculdade de Educação da Unicamp não arrefecerá seu ímpeto nessa luta!
Ditadura nunca mais! Tortura nunca mais! Impunidade nunca mais!
Democracia sempre!