A Faculdade de Educação (FE) da Unicamp iniciou o ano com boas notícias! Um levantamento realizado pelo Escritório de Dados Institucionais e Suporte à Decisão da Unicamp (EDAT) e pela Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), com dados de 2019 a 2024, registrou avanços significativos na formação de docentes por meio dos cursos de Pedagogia e Licenciatura. O primeiro deles, alcançou mais de 9 mil inscritos nas diversas formas de processo seletivo para ingresso no curso, no período citado. O atendimento aos estudantes de mais de 25 cursos de licenciatura oferecidos na Universidade, abrangendo, assim, mais de 17 mil alunos formados, anualmente, é outro dado relevante.
Nesse período de cinco anos, mais de 26 mil discentes foram atendidos, com uma média anual de cerca de 4,3 mil estudantes, reafirmando a posição estratégica da FE na oferta de cursos de Pedagogia (integral e noturno) e de licenciaturas, incluindo cursos como Ciências Biológicas, Física e Matemática, com foco na qualificação docente.
Para qualificar esse crescimento, dados da Comvest mostram que, considerando todas as formas de ingresso – incluindo o Vestibular Unicamp, Edital ENEM, Profis, Provão Paulista, Vagas Olímpicas e Vestibular Indígena – os cursos da FE tiveram um total de 11.462 candidatos inscritos como primeira opção em 2024, sendo 10.564 inscrições exclusivamente para o curso de Pedagogia (integral e noturno) somente no ano de 2025.
Atualmente a Faculdade conta com uma média de 284 colaboradores envolvidos com a docência, fortalecendo a formação dos futuros educadores e atendendo à crescente demanda por qualidade na educação.
O número de disciplinas oferecidas para a licenciatura também registrou um leve aumento, passando de 95 para 96, enquanto as disciplinas específicas da Faculdade de Educação subiram de 85 para 87. As disciplinas Eletivas em Pedagogia (EP) mantiveram-se estáveis em 58 ao longo dos anos, com um aumento pontual para 69 em 2023. Esse incremento, embora numericamente modesto, é significativo por demonstrar a manutenção do compromisso da FE com a oferta de uma formação ampla e diversificada, alinhada às demandas contemporâneas da educação.
A qualidade e a relevância da formação docente na Unicamp foram destacadas pelo coordenador do Curso de Licenciatura Integrada em Química e Física da FE, Prof. Dr. André Luiz Gonçalves de Oliveira, que ressaltou a necessidade de fortalecer as licenciaturas e equipará-las ao bacharelado em termos de prestígio. “Cuidar da licenciatura é cuidar do ensino básico, do ensino fundamental. Melhorar a formação docente exige melhores salários, condições de trabalho e investimento político”, considerou.
Além disso, o professor André destacou que muitos ingressam na licenciatura como segunda graduação, após perceberem a importância de um diploma específico para atuar na docência. “O licenciado está preparado para ensinar e mediar o aprendizado, enquanto o bacharelado não oferece a mesma formação técnica pedagógica”, explicou.
Analisando os dados apresentados
A análise detalhada dos dados junto à Comvest pela pedagogia foi conduzida pela Coordenadora Associada do Curso de Pedagogia da FE, Profa. Dra. Gabriela Guarnieri de Campos Tebet, que demonstra que não há motivos para a preocupação. Ela explica que, se comparada a procura pela pedagogia em 2023, com os dados de 2013, houve um aumento de aproximadamente 50% no índice pela procura do curso e, em 2024, com a adoção de mais uma modalidade de ingresso esse número aumentou muito mais.
A professora também enfatizou a relevância do professor na educação básica, especialmente após os desafios impostos pela pandemia. “Vimos o caos que foi quando os estudantes tinham apenas aulas remotas. A presença do professor é central na mediação entre estudantes e conhecimento. As tecnologias podem ajudar, mas não substituem o trabalho docente”, pontuou.
A docência na prática
A assistente técnica da Graduação da FE, Luciane Grandin, funcionária da FE há mais de duas décadas e pedagoga formada pela própria Unidade, destacou a excelência da formação oferecida: “Tanto as disciplinas teóricas quanto as práticas e os estágios supervisionados fornecem uma excelente base para os futuros professores, permitindo que se envolvam numa práxis educativa sustentada também pela pesquisa”.
Luciane também mencionou a predominância de estudantes oriundos de escolas públicas nos cursos de pedagogia, o que fortalece a conexão da FE com os desafios e as demandas do sistema educacional brasileiro. Muitos desses estudantes são aprovados em concursos públicos e assumem posições importantes na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, além de participarem dos cargos de gestão - direção, vice-direção e coordenação educacional.
Perspectivas para o futuro da docência
Os avanços registrados pela Faculdade de Educação da Unicamp vão além. No último dia 22, foi divulgada a sua classificação no THE World University Rankings by Subject 2025, colocando a Unicamp dentre as 150 melhores universidades do mundo na área, refletindo uma gestão comprometida com a formação de professores e com a valorização da carreira docente. A análise crítica dos dados, aliada à implementação de políticas inclusivas e ao fortalecimento das licenciaturas, sustenta o papel central da Unidade na transformação da educação brasileira.
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“A formação docente não pode ser tratada como secundária. Investir na licenciatura é garantir a qualidade da educação básica e formar cidadãos capazes de enfrentar os desafios do futuro”, concluiu a Profa. Dra. Gabriela, reforçando o compromisso contínuo da FE com a educação de excelência.
Educação é segmento para carreira profissional
A evolução da FE da Unicamp ao longo desses cinco anos avança para a valorização da docência como uma opção profissional viável e atraente. O aumento do número de estudantes, mesmo diante de um cenário de estabilidade na oferta de disciplinas, reforça a ideia de que a formação em licenciatura continua a ser uma escolha relevante para quem busca impacto social e realização profissional.
Outro ponto que mereceu destaque foi a procura crescente por cursos de licenciatura por parte de estudantes de outras unidades da Unicamp, que, ao final de suas graduações, encontram na docência uma forma de complementar suas trajetórias acadêmicas e ampliar suas possibilidades de atuação no mercado de trabalho.
A Diretora da Faculdade de Educação, Profa. Dra. Débora Cristina Jeffrey, ressaltou: "Nossa previsão é aumentar o interesse dos estudantes pela pedagogia e licenciatura, contribuindo ainda mais para a formação de professores no Brasil e no mundo, reafirmando o papel estratégico da FE na valorização da carreira docente e, sobretudo, da educação qualificada".
Compromisso com a educação de qualidade
Os resultados apresentados demonstram que, mesmo em um cenário de desafios para a educação pública no Brasil, a FE da Unicamp manteve seu compromisso com a formação de qualidade e reconhecimento da carreira docente. A Unidade segue empenhada em promover o ensino, a pesquisa e a extensão, contribuindo de maneira significativa para o desenvolvimento da educação no país.
"A Faculdade de Educação da Unicamp reforça seu agradecimento a todos os docentes, estudantes, servidores e colaboradores que contribuem diariamente para a construção de uma educação mais inclusiva e de qualidade”, concluiu a professora Débora.
Sobre a FE
A proposta da gestão da Faculdade de Educação da Unicamp reafirma a formação dos professores da rede pública a partir dos valores da Unidade que envolvem a inclusão e a diversidade.
Criada em 1972 para atender às disciplinas de caráter pedagógico dos cursos de licenciatura da Unicamp, a FE ampliou sua atuação na formação de profissionais em Educação a partir da abertura do curso de graduação em Pedagogia (1974) e da implantação do mestrado (1975) e do doutorado em Educação (1980).
No âmbito da graduação, a Faculdade responde pelo curso de Pedagogia e pelo curso de Licenciatura Integrada em Química e Física (compartilhado com duas outras unidades da Unicamp), e também oferece disciplinas para os demais cursos de licenciatura da Universidade.
Considerada uma das mais importantes da América Latina, a sua Pós-Graduação em Educação exerce papel fundamental na composição dos quadros de ensino superior no Brasil. Com a expansão da pós-graduação em educação, muitos mestres e doutores formados pela FE-Unicamp são responsáveis pela instalação de novos programas nas mais diversas regiões do país. Desde 2011, a FE também forma educadores no Programa de Pós-Graduação Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática (Pecim), executado em cooperação com os institutos de Física, Química e Geociências da Unicamp.
Atualmente, a FE tem à frente da direção, a Dra. Profa. Debora Cristina Jeffrey, e a Direção-Associada com o Prof. Dr. Guilherme do Val Toledo Prado, e é suportada pela Congregação.
Quem é a Diretora da FE
A Profa. Dra. Debora Cristina Jeffrey assumiu a diretoria da Faculdade de Educação da Unicamp, em março de 2024, e se tornou a primeira mulher negra a dirigir uma unidade de ensino, pesquisa e extensão na história da Universidade. A docente substituiu o professor Renê Trentin Silveira e ocupará o cargo até 2028. O professor Guilherme do Val Toledo Prado substituiu o professor Alexandro Paixão na vaga de diretor associado da instituição.
Nascida em Campinas, Débora Jeffrey tem uma história de vida ligada à Universidade. A mãe, Maria de Lourdes, trabalhou por quase três décadas como auxiliar de enfermagem no Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp. Débora, por sua vez, estudou na Unicamp e tornou-se professora da casa. Também atua como líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Política e Avaliação Educacional (Gepale) e como vice-presidente da região sudeste da Sociedade Brasileira de Educação Comparada (SBEC).
A Profa. Débora Jeffrey foi aplaudida de pé ao assinar o termo de posse. Agradeceu familiares, amigos, colegas e fez referência especial à sua ialorixá, Aparecida de Iemanjá. E comemorou o que considera novos tempos. “Essa é a nova Unicamp. Quando olhamos para trás, uma sala como esta daqui, de hoje, não era assim. Estar aqui e marcar esse divisor de águas na universidade, como a primeira docente titular negra a assumir essa cadeira, é de grande responsabilidade”, afirmou. “Mas não estou falando sozinha. Estou falando de uma história do passado; estou falando agora do presente e de uma história futura. Porque estamos em construção.”
Comunicação Institucional - FE/Unicamp
Redação e entrevistas: Erika Blaudt
Revisão: Giovanna Romaro
Imagens: Arquivo pessoal / Rebeca Vazquez / catálogo institucional / Gabrielle Melo da Silva