Simone Lucas Gonçalves de Oliveira | Atualizado em 11/12/2020 - 07:58 Notícia

Como as bibliotecas devem lutar contra as fake news

“A Biblioteca Nacional vende sua sede e passa a funcionar 100% online”, “Os arquivos do país serão gestados em sua totalidade por voluntários em 2020”. Já se deram conta das mentiras das notícias citadas anteriormente? Se não, afirmamos: são totalmente falsas. O artigo trata das notícias falsas que circulam pela internet, as fake news e como podemos nos prevenir. 

Fake news ou notícia falsa é uma tentativa de fazer com que um grupo de pessoas creia em algo falso, tornando-a real. Nesse contexto, também se coloca fortemente a palavra “pós-verdade” (eleita como palavra do ano pelo Dicionário Oxford), um neologismo que descreve a situação na qual, no momento de criar e modelar a opinião pública, os fatos objetivos têm menor influência que as apelações das emoções e crenças pessoais. Agora, como as bibliotecas podem lutar contra isso?

BIBLIOTECAS: ESPAÇO DE FORMAÇÃO DE CIDADÃOS

Sem dúvida, a luta das bibliotecas contra as fake news é uma luta desigual. Mas pode ser que a solução não esteja em lutar diretamente contra elas, e sim em formar pessoas capazes de identificá-las. Quantas vezes recebemos mensagens de  credibilidade duvidosa no Whatsapp e desejamos compartilhá-las com todos nossos contatos? Quantas vezes vemos uma notícia pelo Facebook que nos surpreende por ser tão difícil de acreditar?

Na maioria das vezes, o que impera sobre esse tipo de notícia é a desinformação e o clique rápido, seja para ganhar dinheiro ou salvar nossos dados. [Um inciso: É importante diferenciar o que é uma notícia falsa de uma notícia satírica, como são as publicadas no El Mundo Today e O Sensacionalista].

Tiscar Lara (Diretora de Comunicação da EOI) comenta em um post de seu blog:

“Sobreviver neste mundo hiperconectado requer uma disposição de forte atitude ascética frente à informação que chega até nós, tais como a habilidade de discernimento e ferramentas de verificação que estejam a nosso alcance para navegar entre as informações falsas e as manipulações.”

Nas palavras de Tim Cook (Conselheiro Delegado da Apple), em uma entrevista realizada pelo portal TICbeat sobre as fake news:

“As notícias falsas destroçam a mente da gente. […] Todas as empresas de tecnologia deveriam criar ferramentas que ajudassem a diminuir o volume de notícias falsas. […] Necessitamos reinventar a função de auxiliar o público, com a vontade de todos, somos capazes.”

A polícia espanhola tratou de desmentir algumas notícias falsas e que geram desinformação através das redes sociais. Nesse sentido, existem sites que tratam de evidenciar as notícias falsas e informam a todos sobre a fraca veracidade ou a alteração da realidade. Sites como La Buloteca, Vost-StopBulos, Snopes, FactCheck, o buscador Hoaxy, e até mesmo extensões do Google Chrome, são elaboradas para identificar notícias falsas (B. S. Detector).

Reprodução de alerta sobre notícias falsas. Fonte: Twitter, 2017.

As bibliotecas têm muito que fazer em relação à alfabetização. Torna-se necessário planejar programas de formação informacional para o exercício da cidadania. O objetivo é claro: ajudar as pessoas a identificar informações falsas que chegam por distintos meios e a desenvolver o pensamento crítico. Caso seja de utilidade, há um tempo tratamos sobre como saber se uma fonte de informação é confiável ou não, e também sobre as buscas no Google e a necessidade de formação das pessoas nas bibliotecas.

Obs.: Texto completo na fonte do material http://biblioo.info/bibliotecas-contra-fake-news/