A Faculdade de Educação da Unicamp repudia veementemente a desrespeitosa e descabida comparação dos professores a traficantes de drogas, feita pelo Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no último domingo, 9/07, durante um ato pró armas, em Brasília.
A comparação, que não vale repetir, é absurda, leviana e mentirosa e constitui um brutal e inaceitável ataque a professoras e professores e à atividade docente, em geral realizada em condições adversas, as quais o discurso de ódio e intimidação do Deputado parece querer dificultar ainda mais.
Mas esse ataque serve também para alertar que, apesar da derrota nas urnas e da inelegibilidade de seu principal líder, o neofascismo não está morto. Muito pelo contrário, seus adeptos seguem atuando em sua luta por hegemonia, por meio da doutrinação ideológica de extrema direita, valendo-se, para tanto, dos mais variados
veículos e instrumentos de comunicação.
Isso requer de nós, educadoras e educadores, atuando dentro e fora das escolas, mas também de todos os segmentos sociais verdadeiramente comprometidos com o aprimoramento de nossa democracia e com o desenvolvimento do País, uma resposta contundente, de luta e resistência contínuas para conter a ameaça totalitária, representada pelos grupos de extrema direita alinhados a este Deputado, e para criar as condições necessárias à construção de uma sociedade com mais equidade e justiça social.
Essa luta passa também, necessariamente, pela garantia de respeito aos profissionais da educação e de sua efetiva valorização. Por isso, conclamamos as autoridades competentes dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo a apurar com rigor mais essa conduta indecorosa do Deputado Eduardo Bolsonaro e a tomar as
medidas judiciais e políticas cabíveis.
Basta de agressão e desrespeito às professoras e aos professores! Por uma educação de qualidade, democrática, antifascista e libertadora para todas as pessoas!