Historicamente a tirinha (em inglês "strip") e outros veículos do chamado "jornalismo ilustrado" nasceram da necessidade dos jornais de diversificar os seus conteúdos e assim alcançar um maior número de leitores. Perspectivando essa meta ao longo do tempo, a tirinha não se voltou apenas ao tratamento de assuntos banais; pelo contrário, ela foi incorporando os temas de interesse de grandes segmentos da sociedade. Assim, engana-se redondamente aquele que pensa que o chamado jornalismo ilustrado, expresso principalmente pelas charges e tirinhas volta-se exclusivamente a temáticas banais ou ao riso descompromissado, pelo contrário, o olhar dos artistas procura expressar ideias relacionadas com questões filosóficas, políticas e sociais, recheando-as de humor a fim a seduzir os seus leitores através da leitura. Em síntese, a tirinha, igual à crônica, ao artigo ou coluna jornalística, tem um caráter fortemente opinativo, crítico,argumentativo. [...] por envolver imagens e texto, geralmente impulsionados pela figura de uma personagem facilmente identificável, a tirinha, pelo trabalho do desenhista, veicula interessantes posicionamentos, questionamentos,denúncias e avaliações a respeito dos acontecimentos, dos costumes e da moral de uma época. [...) Assumindo uma posição de muito respeito diante das tirinhas, há uns dois ou três anos atrás comecei a colecionar aquelas que direta ou indiretamente tratavam de aspectos relacionados aos livros, às escritas e práticas de leitura. Percebi que os mesmos eram recorrentes na ótica das diferentes personagens das tirinhas.
Neste livro eu proponho uma função didático pedagógica para as tirinhas, tentando fazer com que as minhas reflexões a partir das mesmas elucidem aspectos relacionados com as teorias e práticas da leitura.
Ezequiel Theodoro da Silva
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ISBN - 978-85-64440-23-4
SILVA, Ezequiel T. Reflexões sobre leitura via tirinhas de jornais. Campinas: Edições Leitura Crítica,2015.
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* Sessão de lançamento: dia 25 de abril de 2017, das 16:00 às 18:00, no Salão Nobre da FE/Unicamp.